segunda-feira, 18 de novembro de 2013

TEATRO DO OPRIMIDO

Por: Professor Lindomar

Para iniciar uma abordagem sobre o “Teatro do Oprimido”, torna-se necessário uma apresentação de seu criador, o dramaturgo, diretor e teórico de teatro Augusto Boal, nascido no Rio de Janeiro em 1931, cujo nome completo é Augusto Pinto Boal. Este carioca que atualmente dirige centros de teatro na França e no Rio de Janeiro busca sempre lutar contra todas as formas de opressão, desenvolvendo na sua luta a favor dos explorados e oprimidos, um teatro de cunho político, libertário e transformador. No período em que a ditadura militar reprimiu com maior força a voz do povo e de seus representantes, nos diferentes âmbitos sociais, Boal aliou-se a educadores e intelectuais da América Latina, dispostos a desenvolverem uma tomada de consciência dos oprimidos, a começar pelo projeto de alfabetização, ALFIN – Programa de Alfabetização Integral, no Peru, na década de setenta, cuja concepção metodológica do projeto era inspirada na pedagogia do oprimido de Paulo Freire.

O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a protagonista e transformador da ação dramática. A idéia central é que o espectador ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua real liberdade de ação, sendo todos “espect-atores”.

A poética do Teatro do Oprimido está organizada em diferentes formas/técnicas de ações dramáticas, acrescentando que para Boal o teatro é ação.

O “Teatro-Jornal” foi uma forma de ação teatral desenvolvida por Boal no Teatro de Arena, em São Paulo, no período anterior a sua saída do Brasil por força da ditadura daquele momento. Desde 1956 ele dirigia o teatro de Arena, onde permaneceu por quinze anos consecutivos. Esta técnica pretende que se transforme quaisquer notícias de jornal, ou qualquer outro material sem propósito dramático, em cenas ou ações teatrais. Segue as possibilidades de trabalho com o Teatro-jornal:

“Leitura simples” - destaca-se a notícia que se pretende trabalhar, e faz uma leitura da mesma, de forma objetiva desvinculando-a da ideologia do jornal em que ela se encontra.

“Leitura cruzada” – Busca-se duas fontes da mesma notícia e faz-se a leitura de ambas ao mesmo tempo, de forma que surjam novos olhares.

“Leitura complementar” – Acrescenta-se dados/fatos que foram omitidos na notícia, para direcionar o pensamento do leitor.

“Leitura com ritmo” – A notícia é anunciada pelo canto, escolhendo-se um ritmo musical que funcione como “filtro” crítico do que se está falando.

“Ação paralela” – Cria-se cenas de mímica ou de “fisicalização” paralelamente a leitura da notícia.

“Improvisação” – explorar a maior possibilidade de improvisação de cenas sobre a notícia.

“Histórico” – Apresentar a notícia e encenar, paralelamente, cenas de fatos históricos idênticos a ela, já acontecidos em outros tempos e espaços.

“Reforço” – utilização de canto, dança, retro-projetor, jingles de publicidades e outros artifícios que reforce o que está sendo lido.

“Concreção da abstração” – Busca-se o que está implícito na notícia (normalmente fatos que oprimem) e revela na forma concreta da imagem, através de grafismos ou cenas dramáticas.

“Texto fora do contexto” – Encenar a notícia num contexto ao qual ela não caberia, como por exemplo, um pastor coberto de ouro e com vários seguranças, pregando aos seus fiéis o desapego material.

O “Teatro-Imagem”, que integra a estética do Teatro do Oprimido, tem a intenção de ensaiar uma transformação da realidade, através do uso da imagem corporal. Primeiramente, um ator decide um tema problema a ser tratado, que pode ser local ou global, mas que de certa forma tenha um significado para a maioria do grupo. Em seguida alguns atores se disponibilizam no espaço cênico como massas moldáveis, ou melhor, futuras estátuas, o ator protagonista vai esculpindo essas estátuas buscando representar imageticamente a situação em questão. É fundamental que haja silêncio total. Ao montar o quadro vivo os espect-atores são convidados a modificarem as imagens problema para uma situação ideal. Por fim, cria-se a imagem de transição entre o problema e a solução.

O “Teatro-Fórum” é uma técnica em que os atores representam uma cena até a apresentação do problema, e em seguida propõem aos espectadores que mostrem, por meio da ação cênica, soluções para o então problema apresentado.

Outra possibilidade de ação dramática dentro do arsenal do Teatro do Oprimido é o “Teatro Invisível”, cuja proposta é a representação de uma cena diante de pessoas que não sabem que estão sendo espectadoras da ação dramática, e precisa acontecer num ambiente diferente do teatral, o mais dentro do cotidiano das pessoas. Para esta forma de apresentação é preciso a preparação de um roteiro de improvisação, onde já se ensaie a possível interferência do espectador no ato estético coletivo. Cabe aos atores prolongarem a discussão dos espectadores a respeito do tema abordado na cena, de forma que outros “atores anônimos” se insiram no contexto e reafirme a veracidade da ação para o espectador, que neste momento já passa a ser protagonista da ação teatral proposta. É imprescindível o caráter invisível dos atores para que os espec-atores atuem com liberdade.

O “Teatro-fotonovela” apresenta uma forma de desmistificação da Fotonovela, por ser uma literatura direcionada as classes mais baixas da população, isto antes da popularização da TV, e por veicular uma ideologia própria das classes dominantes. Na prática é fazer a leitura de uma fotonovela, sem que os atores saibam que se trata de um folhetim fotografado, enquanto esses atores vão interpretando a história que está sendo lida. Em seguida partem para refletir sobre as ações que foram produzidas pelos atores e as que estão publicadas paralelamente as falas, com isto, é comum perceber distorções, pela minoria que produz essas fotonovelas, em relação a real situação dos sujeitos mencionados pela história.

A “Quebra de Repressão” é uma técnica de ensaio para resistência a uma repressão futura. Consiste em solicitar a um participante que relembre um momento ao qual tenha sido vítima de uma repressão. Então esta pessoa escolhe outras presentes para lhe auxiliar na reconstrução da cena já vivenciada. Após a dramatização da vivência, pede-se que o protagonista resista a tal opressão e que os outros espect-atores mantenham as ações repressivas.

Há ainda outras técnicas desenvolvidas por Boal, como o “Teatro Mito”, que propõe evidenciar as verdadeiras características dos mitos, o “Teatro-Julgamento”, onde há uma improvisação cênica e posteriormente, busca-se retirar as máscaras sociais de cada personagem, e ainda, uma técnica do teatro popular, denominada “Rituais e Máscaras”, que consiste em descaracterizar as convenções, ou posturas, impostas nas relações sociais principalmente em níveis diferentes, coisificando um ser humano diante do outro.

Dentro do “Teatro do Oprimido” existe uma figura muito importante para o desenvolvimento da cena junto aos espectadores, esta peça é o “Curinga”. O Curinga é um técnico artístico-pedagógico que tem a função de formar grupos, ministrar oficinas e realizar atividades pertinentes à produção cultural de um trabalho artístico.

Veja abaixo vídeo de Augusto Boal, sobre o Teatro do Oprimido:

terça-feira, 9 de julho de 2013

Stanislávski e seu Método

Constantin Stanislavski (1863-1938 - Rússia) foi ator e diretor de teatro que, em 1897, Teatro de Arte de Moscou, na direção do qual manteve-se durante quarenta anos. Tornou-se célebre ao utilizar sua experiência como diretor e professor, para criar um sistema de ensino da arte de representar chamado "O Método Stanislavski".

Quando começou a atuar, Stanislavski existiam duas formas distintas de representação, que marcaram a evolução das artes cênicas no século XIX: o teatro tradicional (bastante estilizado, onde o ator exibia gestos nada realistas) e a técnica recém surgida de representação realista. O objetivo fundamental das pesquisas Stanislavskianas é estabelecer a total intimidade entre ator e a personagem, para que haja a identificação de ambos.

Em suas palavras: "Todos os nossos atos, mesmo os mais simples, aqueles que estamos acostumados em nosso cotidiano, são desligados quando surgimos na ribalta, diante de uma platéia de mil pessoas. Isso é por que é necessário se corrigir e aprender novamente a andar, sentar, ou deitar. É necessário a auto reeducação para, no palco, olhar e ver, escutar e ouvir."

Os traços característicos da arte dele são: O realismo, e até mesmo o naturalismo total (isto é, a naturalidade total), dos movimentos e da ficção. "O ator tem de dominar a biografia total do personagem". Stanislávsky descobriu que a emoção independe da vontade.

É importante para um ator sentir-se bem para representar um papel. O trabalho do ator passa fundamentalmente pela preparação de seu instrumental cênico, o corpo, que inclui a voz e emoção.

O conceito fundamental de Stanislavsky é o da Memória Emotiva em que o ator usa duas experiências pessoais para viver determinada circunstância em cena. E segundo o seu sistema, o ator deve construir psicologicamente a personagem, de forma minuciosa. Mesmo que a peça forneça dados, deve-se buscar, com o exercício da imaginação, o passado e o futuro do personagem.

Seu livro "A Preparação do Ator" é como um guia no trabalho de "interiorização" (preparação interior do ator), exercitando sua vontade, seu espírito e sua imaginação. O segundo livro: "A Construção da Personagem" trata da construção exterior da personagem, usando técnicas de preparação corporal.

E "A Criação de um Papel" completa a trilogia, desvendando os problemas que cercam o treinamento do ator, dedica-se a estudar "a preparação de papéis específicos, a partir da primeira leitura da peça, e do desenvolvimento da primeira cena". Nesta etapa o objetivo dos ensinamentos era a fase de formação do intérprete dissecando o trabalho do ator para o desempenho de um papel.

Stanislavski teve muitos seguidores e seu método é válido até hoje, e serve como ponto de partida para quaisquer outros métodos.

O princípio do método Stanislavski é estudo dos processos de atuação dos atores inspirados ou geniais (ou das crianças, que são atores espontâneos). Através da inspiração eles adquirem fé no que é irreal e são induzidos a agir no irreal, ou seja, agir como personagem.

Segundo ele, os objetivos do ator são: convencer o espectador da realidade do que se imaginou para realização do espetáculo; mostrar o que o personagem quer, o que pensa, para que vive; revelar o rico e complicado mundo interior do homem; agir como personagem na base da simples lógica da vida real.

Para usar o que Stanislavski chama de "O mágico se fosse", basta perguntar a si mesmo: E se eu fosse o personagem? E se eu estivesse nessa situação, dentro dessas circunstâncias propostas pelo autor da peça, como reagiria?

"Atenção Cênica" é outra característica importante do método e consiste em focar-se nos objetivos do personagem, interessar-se por eles e achá-los atraentes, por isso. A atenção cênica com seus "Círculos de Atenção" leva o ator ao "Contato e Comunicação" com o ambiente, com todos os elementos do espetáculo.

Exercício de Strasberg


Vou compartilhar com vocês minhas últimas experiências nas aulas de Interpretação. Me deu arrepios só de pensar [LITERALMENTE].

Para vocês entenderem, a base da técnica na maioria das aulas de teatro (pelo menos nas que fiz no Brasil) são feitas atráves de exercícios de memória emotiva, criados por Stanislavsky em 1911. Ele foi um diretor e ator russo que realmente aprofundou seus conhecimentos na psicologia e comportamento humano para reproduzir emoções e sentimentos no ator, e consequentemente, no personagem.

Aqui nos Estados Unidos, como no Brasil, Stanislavsky ainda é o pioneiro na concepção de técnicas para o ator e o principal Mestre em Atuação, de todos os tempos. No entanto, existem diversos discípulos, professores que ao longo dos anos adaptaram seus métodos, e recriaram novas técnicas a partir da base de Stanislavsky. Entre eles, estão Richard Boleslavsky, Michael Chekhov, Maria Ouspenskaya, Lee Strasberg, Stela Adler, Herbert Berghof, Uta Hagen, Robert Lewis e Sanford Meisner. Existem vários outros seguidores do Método, mas estes foram os que me chamaram atenção por nunca ter ouvido falar deles, a não ser Michael Chekhov. É chocante chegar aqui e se deparar com a quantidade de adaptações e novos processos para a criação de um personagem.

Minhas últimas aulas de Interpetação tem sido sobre Lee Strasberg, Stela Adler e Michael Chekhov. Um dos exercícios psicológicos de Strasberg que fizemos, consistia em relembrar um evento de nossas vidas, e simplesmente falar sobre. Eu escolhi dois eventos. Um deles foi “O meu primeiro beijo” e o outro, uma das provas públicas da faculdade, na qual estava totalmente sem condições de apresentar o trabalho, mas o fiz mesmo assim, chamava-se “A Morte Bate à Sua Porta” (um pequeno ato de Woody Allen). Aliás, um título bastante sugestivo e com certeza bem inserido no contexto do seguinte conto.

Com vocês, À Morte Bate à Sua Porta!!!

Cheguei na faculdade, e não lembro ao certo porquê, mas sei que não tinha comido muito ao longo do dia. Cheguei mais cedo e estava faminta! Tão esfomeada que podia comer um boi inteiro e pedir pelo segundo. Ao invés do boi, resolvi pedir um croissant bem gordo de quatro-queijos que brilhava e pedia para ser chamado da vitrine da cantina da faculdade. Comi com gosto!Treinei um pouco minhas falas para em breve apresentar. Subi as escadas e comecei a sentir ruídos internos, daqueles que vem com alto-falante de dentro do estômago. Já não estava com fome, então isso não podia ser. De repente o monstrinho que estava sendo criado dentro de mim começou a se manifestar mais violentamente. Uma brava dor tomou conta do meu sistema digestivo e o croissant resolveu que a qualquer hora faria o caminho que acabara de percorrer quando entrou. Queria sair a qualquer custo! Dores de cabeça, dores de barriga, gostinho de bile e suco gástrico na boca, custava respirar. Fui até o banheiro, para libertar o croissant, mas ao abrir a boca, ele ainda estava na dúvida se ficava ou saia. Sabe aquela fase de adaptação, quando não sabemos se gostamos do ambiente ou não? Aposto que o maldito croissant estava nessa situação! Eu não conseguia nem pensar direito.

Pedi para avisarem à professora que eu não tinha condições de apresentar. Mas como ela é um amor, e entende todos os alunos, não quis saber, e disse que ou era a apresentação, ou era pedir por uma nota redondinha: ZERO. Fiquei mais feliz do que nunca, super disposta! Na luta comigo mesma para sair do banheiro direto para o palco, coloquei o figurino e quase virando os olhos de dor e mal-estar, entrei em cena, pelo menos em busca de uma nota 3, que julguei melhor do que Zero.

Como foi? Não lembro. Só podia pensar em outras coisas que não o Ato. Mas acho que foi horrível! É, só pode ter sido péssimo. Lembro que voltei pra casa e aí sim, depois de algumas horas o maldito croissant resolveu que não tinha se adaptado ao ambiente dentro de mim, e saiu com gosto (ruim). Pela quantidade, até parecia que eu tinha mesmo comido um boi e o segundo ainda veio de brinde nadando em suco gástrico.

Me perdoem o papo escatológico, mas foi o meu pequeno conto na aula de Atuação.

O fator mais interessante do exercício, certamente não foi simplesmente contar essa verídica novela, mas os sentimentos que me vieram ao contá-la. Enquanto dizia que meu estômago roncava, de fato começou a roncar. Parecia que eu estava dando as coordenadas para acontecer tudo de acordo com as minhas descrições. Quando contei do gostinho ruim na boca, de fato comecei a sentí-lo. E assim foi, durante toda a narração. Incrivelmente, isso tudo também afetou os colegas e o professor. Enquanto eu relatava os detalhes, eles começaram a sentir as mesmas sensações que eu. Acredito que toda a concentração foi parte do exercício, mas nos conectamos de uma forma que eu nunca vi igual.

Assim aconteceu durante os diferentes eventos dos outros colegas. Realmente inexplicável! E eu que achei que isso só acontecia em filmes, ou que jamais poderia acontecer comigo, aí está: a prova do poder da memória.

Publicado por Wayra Schreiber em Theatre of Arts

quarta-feira, 29 de maio de 2013

NATHALIA ANDRADE, A NEW FACE DO PROSCENIUM

A jovem atriz NATHALIA ANDRADE, nascida em 20 de outubro de 1994 é a mais nova integrante do Proscenium Grupo de Artes Cênicas.

Nathalia, que acaba de ingressar na companhia, já assumirá uma personagem de destaque na montagem do grupo, trata-se de Glória, personagem da peça Álbum de Família que está em processo de produção pelo Proscenium. Além do teatro, Nathalia já participou de oficina de arte circense no grupo Circo do Mato.

O texto, uma das obras clássicas de Nelson Rodrigues, com direção e adaptação de Mário Filho, será o desafio da jovem atriz, que além de integrar o Proscenium, também atua pela Companhia Marte.

O elenco conta ainda com atores e atrizes de experiência, como Weder Paes (Jonas), Lidiane Cavazzana (Tia Rute e Heloísa), Leonardo de Castro (Guilherme e Nonô), Rodson Willyams (Edmundo), Carol Emboava (Teresa e Totinha) e Karina Sayuri Fugii (Dona Senhorinha). Na preparação de elenco, o grupo conta com o talento e experiência de Everaldo Faria.

Não percam, em breve a estréia desse espetáculo. Boa sorte ao elenco e principalmente a mais nova integrante do grupo, Nathalia Andrade.

Até breve galera!!!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Novo Preparador de Elenco do Espetáculo ÁLBUM DE FAMÍLIA!!!

EVERALDO PIRES DE FARIA, ou Everaldo Faria, como é mais conhecido no meio artístico, ou simplesmente Evê, para os mais próximos.

Esse é o preparador de elenco da peça ÁLBUM DE FAMÍLIA, que o Proscenium Grupo de Artes Cênicas está em fase de produção.

Mais um profissional talentoso e experimentado que vem juntar forças na realização desse projeto que está dando passos largos rumo ao sucesso!

Conheça um pouco mais sobre nosso preparador:

Nome: Everaldo Pires de Faria
Data de nascimento: 28/07/72
Naturalidade: Presidente Venceslau, SP.

CURSOS

  • INICIAÇÃO TEATRAL. 
  • IMPROVISAÇÃO. 
  • INTERPRETAÇÃO E VOZ. 
  • CRIAÇÃO DE PERSONAGENS. 
  • LEITURA DRAMÁTICA. 
  • SONOPLASTIA. 
  • ILUMINAÇÃO. 
  • FANTOCHES. 
  • BONECOS ARTICULADOS. 
  • MANIPULAÇÃO DE BONECOS. 
  • PRODUÇÃO CULTURAL. 
  • INTERPRETAÇÃO PARA TELEVISÃO. 
  • LEITURA DRAMÁTICA. BRASILTELECOM (Fernanda Montenegro). 
  • MONTAGEM DE ESPETÁCULO (Selton Melo). 
  • MONTAGEM DE ESPETÁCULO (Matheus Nachtergalle). 
  • DIREÇÃO (Ricardo Riso) 
  • PRODUÇÃO E PROJETOS CULTURAIS (Stanley Wibbe). LEITURA DRAMÁTICA. DO SESC (Dudu Gama).

DIRETOR NOS ESPETÁCULOS

  • SONHOS DESFEITOS. 
  • A VISITA. 
  • O MILAGRE. 
  • A CARDA. 
  • TABAGISMO O PERIGO. 
  • SARAMPO LIMPE ESTA MANCHA. 
  • SERÁ QUE PAPAI NOEL EXISTE? 
  • AUTO DA PAIXÃO DE CRISTO. 
  • AUTO DE NATAL. 
  • APRENDIZ DE FEITICEIRO. 
  • AMANTES POR ENGANO. (assistente) 
  • TÁ PROCURANDO O QUÊ II? 
  • EM BUSCA DA INSPIRAÇÃO. (assistente) 
  • ISTO É COMUNICAÇÃO. 
  • FILHOS. 
  • POR TRÁS DAS LUZES. 
  • O FILHO DA MÃE. (assistente) 
  • PAPO DE HOMEM 
  • BOBEOU A GENTE GRUDA 
  • ENTRE AMIGAS 
  • O ENCONTRO 
  • O JULGAMENTO DA DONA POLUIÇÃO 
  • OS ESPANTALHOS E SEUS TRABALHOS (assistente) 
  • E...ASSIM NASCEU CAMPO GRANDE (assistente) 
  • ARTE DE QUINTA NA QUARTA EM A CAIXA DE SONHOS (assistente) 
  • TRÊS CONTOS QUE VOU TE CONTAR (assistente)

CURSOS E OFICINAS MINISTRADOS

  • OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL, Dourados/MS 
  • OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL, Chapadão do Sul/MS 
  • OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL, Paranaiba/MS 
  • OFICINA DE MAQUIAGEM ARTISTICA, Paranaiba/MS 
  • OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL, Chapadão do Sul/MS 
  • OFICINA DE EXPRESSÃO CORPOR, Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE INICIAÇÃO TEATRAL, Campo Grande/MS 
  • CURSO DE INICIAÇÃO TEATRAL(qualificação profissional FAT), Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE INICIAÇÃO PARA TEATRO DE RUA, Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE INTERPRETAÇÃO (Grupo Palco e Luz), Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE INTERPRETAÇÃO (Grupo Reverbel de Teatro), Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE CRIAÇÃO DE PERSONAGENS (FESMAT), Campo Grande/MS 
  • OFICINA DE INTERPRETAÇÃO, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE CRIAÇÃO DE PERSONAGENS, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE EXPRESSÃO CORPORAL, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE ADEREÇOS, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE FIGURINO, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE DICÇÃO E EXPRESSÃO VOCAL, Três Lagoas/MS 
  • OFICINA DE ESTUDO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO, Três Lagoas/MS 
  • CURSO DE INICIAÇÃO TEATRAL (Secretaria de Cultura do MS), Campo Grande/MS 
  • WOKSHOP DE CRIAÇÃO DE PERSONAGEM, Aquidauana/MS 
  • WOKSHOP DE CRIAÇÃO DE PERSONAGEM, Bonito/MS 
  • WOKSHOP DE CRIAÇÃO DE PERSONAGEM, Jardim/MS 
  • OFICINA COLÉGIO DOM BOSCO, Campo Grande/MS 
  • CURSO DE INICIAÇÃO TEATRAL, Nova Alvorada do Sul/MS 
  • FISICALIDADE, Campo Grande/MS
  • CRIAÇÃO DE PERSONAGENS, Campo Grande/MS

INDICAÇÕES E PREMIAÇÕES

LX – FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE DOM PEDRITO Dom Pedrito/RS
  • PREMIO: MELHOR ESPETACULO DO JURI POPULAR 

XXV – FESTIVAL SUL-MATO-GROSSENSE DE TEATRO Campo Grande/MS
  • PREMIOS: MELHOR CENÁRIO INFANTIL
  • MELHOR MAQUIAGEM INFANTIL
  • MELHOR FIGURINO INFANTIL
  • INDICAÇÕES: MELHOR ESPETÁCULO INFANTIL 

XXIII – FESTIVAL SUL-MATO-GROSSENSE DE TEATRO Corumbá/MS
  • MELHOR ESQUETE 

MAPA CULTURAL PAULISTA Presidente Epitácio/MS
  • MELHOR ATOR


Seja muito bem-vindo Evê!!!

Abraços galera!


terça-feira, 5 de março de 2013

O ANJO PORNOGRÁFICO - Nelson Rodrigues

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 — Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) foi um importante jornalista e escritor brasileiro, e tido como o mais influente dramaturgo do Brasil.

Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peças serem tachadas muitas vezes como obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol. Veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro.

Biografia
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino)." - Nelson Rodrigues.

Infância
Nascido na capital de Pernambuco e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida. Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson em suas Memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na rua Alegre, 135 (atual rua Almirante João Cândido Brasil), no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nélson começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas treze anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.

Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo Viana, Mário fundou o diário Crítica.

Como cronista esportivo, Nelson escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente. A maioria dos textos eram publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson foi fundamental para que os Fla-Flu tivessem conquistado o prestígio que conquistaram e se tornassem grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criou e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.

Adolescência e juventude
Nelson seguiu os seus irmãos Mílton, Mário Filho e Roberto integrando a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia, enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo. Em 26 de dezembro de 1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr. Ilustrada por Roberto e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, a matéria provocou uma tragédia. Sylvia, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto com uma arma comprada naquele dia. Nelson testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois.

Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica são empastelados e o jornal deixa de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulha em decadência financeira.

Foram anos de fome e dificuldades para todos. Pouco afinados com o novo regime, os Rodrigues demorariam anos para se recuperarem dos prejuízos causados pela tuberculose.

Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nélson passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que Nélson seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, Nelson descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retira-se do Rio de Janeiro e passa longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento é custeado por Marinho, que conquistou a gratidão de Nélson pelo resto de sua vida. Recuperado, Nelson volta ao Rio e assume a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera.

No O Globo, foi editor do suplemento O Globo Juvenil, além de editar Nelson roteirizou algumas história em quadrinhos para o suplemento, dentre elas uma versão de O fantasma de Canterville de Oscar Wilde.

Em 1940 casou-se com Elza Bretanha, sua colega de redação.

A partir da década de 1940, Nelson dividiu-se entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais. Em 1941 escreve A mulher sem pecado, que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assinou a revolucionária Vestido de noiva, peça dirigida por Zbigniew Ziembiński e que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.

O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Suas personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!". Vestido de noiva é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.

Maturidade
Em 1945 abandonou O Globo e passou a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começou a escrever seu primeiro folhetim, Meu destino é pecar, assinado pelo pseudônimo "Susana Flag". O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson a escrever sua terceira peça, Álbum de família.

Em fevereiro de 1946, o texto da peça foi submetido à Censura Federal e proibido. Álbum de família só seria liberada em 1965. Em abril de 1948 estreou Anjo negro, peça que possibilitou a Nelson adquirir uma casa no bairro do Andaraí e em 1949 Nelson lançou Doroteia.

Em 1950 passou a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, a Última Hora. No jornal, Nélson começou a escrever as crônicas de A vida como ela é, seu maior sucesso jornalístico. Na década seguinte, Nelson passou a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da Grande Resenha Esportiva Facit, a primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passou a publicar suas Memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinquenta anos antes.

O fim
Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nélson começa a decair, por causa de problemas gastroenterológicos e cardíacos de que era portador. O período coincide com os anos da ditadura militar, que Nelson sempre apoiou. Entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho tornou-se guerrilheiro e passou para a clandestinidade. Nesse período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza.

Nelson faleceu numa manhã de domingo, em 1980, aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo". Dois meses depois, Elza atendia ao pedido do marido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

Obras
Características da obra
O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Assim, escreveu "A mulher sem pecado…", sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral. Nelson é um originalíssimo realista. Não é à toa que foi considerado um novo Eça. De fato, a prosa de Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, ele criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento.

Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues, o que lhe garante o título de realista. Nelson não hesitou em denunciar a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como "O Primo Basílio", e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano. Em síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na literatura brasileira.

Acervo
O Cedoc – Centro de Documentação da Funarte possui amplo acervo sobre o dramaturgo, como fotos de peças, programas das produções teatrais, resenhas e comentários sobre espetáculos teatrais, entre eles Vestido de Noiva, encenado pela primeira vez para um Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Boa parte dos registros fotográficos de peças do dramaturgo existentes no Cedoc foram feitos pelo Estúdio Foto Carlos, que, nas décadas de 40, 50, 60, 70 e 80 e foram digitalizadas graças ao projeto Brasil Memória das Artes, incluindo registros de raridades, como uma participação de Nelson Rodrigues como ator. No Portal da Funarte ainda é possível ver vídeos produzidos sobre o dramaturgo e sua obra.

Frases
A coleção de pérolas rodrigueanas daria para encher uma enciclopédia. Ruy Castro organizou, para a Editora Companhia das Letras, um volume que reúne, sob o título de Flor de Obsessão, as “mil melhores frases” do homem. Se quisesse, reuniria três mil, como estas vinte:
  • “O brasileiro é um feriado”.
  • “O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um líder que o monte”.
  • “Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques das múmias”.
  • “Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes, ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf”.
  • “O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota”
  • “Na vida, o importante é fracassar”
  • “A Europa é uma burrice aparelhada de museus”.
  • “Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez menos”.
  • “Daqui a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de ”a mais cínica das épocas”. O cinismo escorre por toda parte, como a água das paredes infiltradas”.
  • “Sexo é para operário”.
  • “O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História”.
  • “Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”.
  • “As grandes convivências estão a um milímetro do tédio”.
  • “Todo tímido é candidato a um crime sexual”.
  • “Todas as vaias são boas, inclusive as más”.
  • “O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”
  • “Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível”.
  • “Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois da praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte”.
  • “O adulto não existe. O homem é um menino perene”.
  • "Não vou para o inferno, mas não tenho asas"
  • "O óbvio também é filho de Deus."
  • "O dinheiro compra até amor sincero."
Teatro
Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as peças seguem o plano de publicação:

Peças psicológicas
  • A mulher sem pecado
  • Vestido de noiva
  • Valsa nº 6
  • Viúva, porém honesta
  • Anti-Nélson Rodrigues

Peças míticas
  • Álbum de família
  • Anjo negro
  • Senhora dos Afogados
  • Doroteia

Tragédias Cariocas I
  • A falecida
  • Perdoa-me por me traíres
  • Os Sete Gatinhos
  • Boca de ouro

Tragédias Cariocas II
  • O beijo no asfalto
  • Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
  • Toda Nudez Será Castigada
  • A serpente

Ordem cronológicaEstreias das peças (todas no Rio de Janeiro)
  • A mulher sem pecado - 1941 - Direção: Rodolfo Mayer
  • Vestido de noiva - 1943 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Álbum de família - 1946 - Direção: Kleber Santos
  • Anjo negro - 1947 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Senhora dos Afogados - 1947 - Direção: Bibi Ferreira
  • Doroteia - 1949 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Valsa nº 6 - 1951 - Direção: Milton Rodrigues
  • A falecida - 1953 - Direção: José Maria Monteiro
  • Perdoa-me por me traíres - 1957 - Direção: Léo Júsi
  • Viúva, porém honesta - 1957 - Direção: Willy Keller
  • Os sete gatinhos - 1958 - Direção: Willy Keller
  • Boca de ouro - 1959 - Direção: José Renato
  • O beijo no asfalto - 1960 - Direção: Fernando Torres
  • Bonitinha, mas ordinária - 1962 - Direção Martim Gonçalves
  • Toda nudez será castigada - 1965 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Anti-Nélson Rodrigues - 1974 - Direção: Paulo César Pereio
  • A serpente - 1978 - Direção: Marcos Flaksman

Romances
  • Meu destino é pecar - 1944
  • Escravas do amor - 1944
  • Minha vida - 1944
  • Núpcias de fogo - 1948
  • A mulher que amou demais - 1949
  • O homem proibido - 1959
  • A mentira - 1953
  • Asfalto Selvagem: Engraçadinha, Seus Pecados e Seus Amores - 1959
  • O casamento - 1966

Contos
  • Cem contos escolhidos - A vida como ela é... - 1972
  • Elas gostam de apanhar - 1974
  • A vida como ela é — O homem fiel e outros contos - 1992
  • A dama do lotação e outros contos e crônicas - 1992
  • A coroa de orquídeas - 1992

Crônicas
  • Memórias de Nélson Rodrigues - 1967
  • O óbvio ululante: primeiras confissões - 1968
  • A cabra vadia - 1970
  • O reacionário: memórias e confissões - 1977
  • Fla-Flu...e as multidões despertaram - 1987
  • O remador de Ben-Hur - 1992
  • A cabra vadia - Novas confissões - 1992
  • A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol - 1992
  • A menina sem estrela - memórias - 1992
  • À sombra das chuteiras imortais - Crônicas de Futebol - 1992
  • A mulher do próximo - 1992
  • Nélson Rodrigues, o Profeta Tricolor - 2002
  • O Berro impresso nas Manchetes - 2007
  • O quadrúpede de vinte e oito patas

TelenovelasBaseadas na obra de Nélson Rodrigues
  • A morta sem espelho - TV Rio - 1963
  • Sonho de amor - TV Rio - 1964
  • O desconhecido - TV Rio - 1964
  • O homem proibido - TV Globo - 1982
  • Meu Destino É Pecar - TV Globo - 1984
  • Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados - TV Globo - 1995
  • A Vida Como Ela É - TV Globo - 1996

FilmesBaseados na obra de Nélson Rodrigues

  • Somos dois - 1950 - Direção: Milton Rodrigues
  • Meu destino é pecar - 1952 - Direção: Manuel Pelufo
  • Mulheres e milhões - 1961 - Direção: Jorge Ileli
  • Boca de ouro - 1963 - Direção: Nelson Pereira dos Santos
  • Meu nome é Pelé - 1963 - Direção: Carlos Hugo Christensen
  • Bonitinha mas ordinária - 1963 - Direção: J.P. de Carvalho
  • Asfalto selvagem - 1964 - Direção: J.B. Tanko
  • A falecida - 1965 - Direção: Leon Hirszman
  • O beijo - 1966 - Direção: Flávio Tambellini
  • Engraçadinha depois dos trinta - 1966 - Direção: J.B. Tanko
  • Toda nudez será castigada - 1973 - Direção: Arnaldo Jabor
  • O casamento - 1975 - Direção: Arnaldo Jabor
  • A dama do lotação - 1978 - Direção: Neville d'Almeida
  • Os sete gatinhos - 1980 - Direção: Neville d'Almeida
  • O beijo no asfalto - 1980 - Direção: Bruno Barreto
  • Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 1981 - Direção: Braz Chediak
  • Álbum de família - 1981 - Direção: Braz Chediak
  • Engraçadinha - 1981 - Direção: Haroldo Marinho Barbosa
  • Perdoa-me por me traíres - 1983 - Direção: Braz Chediak
  • Boca de ouro - 1990 - Direção: Walter Avancini
  • Traição - 1998 - Direcão: Arthur Fontes, Cláudio Torres e José Henrique Fonseca
  • Gêmeas - 1999 - Direção: Andrucha Waddington
  • Vestido de noiva - 2006 - Direção de Joffre Rodrigues
  • Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 2009